terça-feira, 11 de dezembro de 2007

NATAL EM PORTUGAL


As manifestações de alegria sucedem-se. Entoam-se os Cantos do Nascimento do Menino, tão lindos como sugestivos, tão ingénuos como variados! Estes cantos de Natal constituem um completo romanceiro de toda a Vida de Jesus. Neles transparece, profundamente, o sentimento de religiosidade do nosso Povo. No Alentejo cantava-se no interior dos Templos, durante a Missa do Galo ou depois dela. Hoje, esta prática quase não é conhecida. Com o advento do regime republicano e a falta de pároco na grande maioria das povoações rurais, a Missa do Galo está a cair em desuso. A Noite de Natal - Noite Grande - passa-se em Família, em casa, à lareira, em volta do madeiro tradicional, que arde acariciadoramente. Durante o serão, que dura até quase de madrugada, canta-se em louvor do Deus Menino, contam-se histórias e romances da Sua Vida, come-se e bebe-se ... Perto da Meia Noite - a Hora Redentora - a boa nova do Nascimento de Jesus é transmitida a todos os lares por grupos de populares, homens e mulheres que, de porta em porta, cantando, dão as Boas Festas esperando alcançar uma esmolinha em louvor do Deus Menino ...


Ó Natal! Ó Natal!
Para mim não há igual
É a festa mais bonita
Que há em Portugal.




Um Conto de NATAL!
A manhã acordou gélida. Um manto cobria de geada os campos em redor. O céu mantinha-se teimosamente encoberto, não deixando o sol espreguiçar-se por entre as nuvens acinzentadas.
José ergueu-se bastante cedo, dirigiu-se às cortes e foi cuidar dos animais. Depois regressou a casa e, enquanto Maria preparava o pequeno-almoço, parou junto de uma das janelas da sala de jantar. Olhava através da vidraça embaciada a paisagem melancólica do lugar. Num ponto distante, uma chaminé fumegava. Outras casas, porém, mostravam-se vazias. Os seus donos partiram há muito e apenas regressavam no verão, por ocasião dos festejos à padroeira.
Com efeito, os mais novos partiram e ficaram os velhos entregues às lides da lavoura. A guardar os campos e a tratar das vinhas. Ele resolveu ficar.
Trabalhava de carpinteiro mas, agora que os tempos são outros e os grandes armazéns fazem concorrência, o trabalho escasseia e José receia ficar desempregado. Como sempre, Maria trata da casa, dos animais e ainda vai zelar as leiras que ainda são o principal sustento da casa.
Na povoação já não se ouve o chilrear das crianças – o governo mandou fechar a escola e, as poucas que ainda restavam, tiveram de ser transferidas para outra escola que fica a muitos quilómetros de distância. As gentes são idosas e já não podem trabalhar. De tempos a tempos, aparece um espertalhaço a querer comprar os terrenos por dois patacos…
Naquele dia, Maria e José revelavam uma certa ansiedade. Emanuel, seu filho, casara havia dois anos e partira para França com a mulher. Agora, Madalena, a nora, encontrava-se internada num hospital dos arredores de Paris e aguardava o nascimento de um filho. Se tudo corresse bem, Maria e José iriam ser avós. Por essa razão, o filho avisara antes que não viria passar o Natal com os pais. Sem eles, a terra ficava ainda mais triste, quase sem ninguém – como outras aldeias do interior, também esta estava a ficar abandonada!
Emanuel trabalhava como maçon enquanto Madalena fazia trabalhos domésticos em casas particulares. A princípio, sentiram bastante dificuldade, particularmente na adaptação ao idioma. Mas, com o tempo, ultrapassaram as dificuldades e até se sentiam particularmente felizes.
Depois de tomarem o pequeno-almoço, prepararam-se para irem à missa. Era dia de Natal e não queriam faltar à celebração. Contudo, não arredavam pé de junto da pequena mesa onde se encontrava o telefone. Aguardavam algum telefonema que lhes trouxesse a notícia porque tanto ansiavam. O tempo corria devagarinho. Os ponteiros do relógio da sala cadenciavam uma eternidade. De repente, toca a campainha do telefone e Maria precipita-se para ele. José também se aproxima. Do outro lado da linha, Emanuel dava-lhe a notícia que os faria ainda mais felizes: nasceu um rapaz. Saudável. Robusto. Chamar-se-ia Dominique.
Naquele instante, o sol rompeu por entre as nuvens e, acariciando a terra, estendeu os seus raios solsticiais a anunciar o evento. Uma vez terminada a conversa ao telefone, José e Maria apressaram-se a sair de casa. Não queriam chegar tarde à igreja: o senhor abade ia dar a beijar o menino.
- Era dia de Natal!
Retirado de
«Falcão do Minho»








segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Adivinha


Segunda -Feira,10 de Dezembro de 2007

É bonito e não faz medo,

Este bicho meu vizinho,

mas acorda-me tão cedo

que eu às vezes engalinho.

Como canta ( e é bom cantor)

mal o Sol vai despertá-lo,

quem não tem bom despertador

pode disso encarregá-lo.

(Leonel Neves)

Poeta e Pedagogo




JOÃO DE DEUS


Publicou em 1876 a CATRILHA MATERNAL,obra prima consagraad ao ensino da leitura.

Segundo Ele,quem lê instrui-se e torna-se útil a si e aos outros.
Poeta lírico,nascido em São Bartolomeu de Messines,considerado à época o primeiro.
A vida é o dia de hoje
a vida é ai que mal soa,
a vida é sombra que foge,
a vida é nuvem que voa;
a vida é sonho tão leve
que se desfaz como a neve
e como o fumo se esvai.
a vida dura um momento,
mais leve que o pensamento,
a vida leva-a o vento,
a vida é folha que cai!
(Campo de Flores)

sábado, 8 de dezembro de 2007

Senhora da Conceição


SEU DIA É COMEMORADO EM 8 DE dEZEMBRO

Nossa Senhora da Conceição, declarada padroeira do Reino de Portugal,por D. João IV, o primeiro monarca que colocou o reino português sob a protecção da Virgem.

Em 8 de Dezembro de 1904 lançou-se em Lisboa a primeira pedra para um monumento comemorativo do cinquentenário da definição do dogma.